
Ser sustentável é bem mais do que oferecer saladas frescas feitas de produtos orgânicos por um preço acessível. Essa é a parte que o consumidor final do Olivia Saladas enxerga ao se sentar no casarão antigo da rua dos Inválidos no centro do Rio de Janeiro ou fazer um pedido de entrega na hora do almoço. Para chegar até a mesa do consumidor com essa qualidade tem toda uma cadeia de pequenas e grandes decisões que impactam diretamente na vida dos fornecedores, da comunidade, dos trabalhadores e do meio ambiente.
O serviço de delivery é feito de bicicleta para reduzir a emissão de CO2, tirar automóveis da rua e diminuir o consumo de combustível fóssil. As embalagens de entrega são de inox e retornáveis. No restaurante não utilizam nada de plástico descartável.
A escolha dos ingredientes também passa por um processo de decisões que prioriza a sustentabilidade. É o caso do shitake, por exemplo. O que vem de São Paulo é pouco mais barato do que o produzido no Rio. No entanto, para fortalecer a economia local e reduzir emissões durante seu transporte a opção do Olivia é comprar do produtor local. “ A escolha de produtos orgânicos em alguns casos é 900% mais cara. Mas estamos perseguindo nosso propósito e isso nos traz diversos ganhos que vão muito além da aritmética financeira”, comenta Maria Pia Palmeiro, engenheira florestal e gerente executiva do restaurante.
Uma das iniciativas que certamente mais contribuiu para o Olívia a alcançar a pontuação necessária para conquistar a certificação de empresa B, em dezembro de 2018, foi a introdução da coleta seletiva. Como esse serviço ainda não existe na Comlurb (empresa pública de coleta de lixo), foi preciso contratar empresas privadas de reciclagem e gestão de resíduos, como a PróRecicle e a Techtrash. Uma decisão que gera um grande impacto no meio ambiente e na comunidade.
Ao conversar com Maria Pia fica notório que a busca pela sustentabilidade é um processo sem fim. Ela não parece nunca estar satisfeita com as conquistas alcançadas. Recentemente implantou a energia solar no estabelecimento e já está de olho no sistema de compostagem e biogás. “ Precisamos apenas encontrar um lugar com mais espaço para conseguir implantar”. E a boa notícia é que ser sustentável é um bom negócio, tanto que o Olivia está em plena expansão e pretende abrir pelo menos mais duas lojas este ano na Zona Sul do Rio e em São Paulo.
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