Estamos iniciando a jornada de mais uma década. O que esperar dos novos Anos 20? Ao olharmos para trás, especialmente para os últimos anos, temos motivos de sobra para o pessimismo. Aquecimento global, desastres ambientais, aumento da violência, desigualdade social, preconceito e corrupção foram os assuntos mais populares nos meios de comunicação, nas nossas linhas do tempo e conversas. Em maior ou menor escala, fomos atingidos por uma avalanche de notícias ruins, daquelas que vão minando as esperanças e nos deixando angustiados com o futuro.
A ideia desse blog não é fazer um contraponto ao noticiário negativo. Seria presunçoso e ingênuo. A realidade tem sido muito dura mesmo. E noticiar as grandes e pequenas tragédias da humanidade é dever de uma imprensa séria e independente.
Mas há movimentos aqui e ali, de forma crescente, que se contrapõem a essa força de exploração e destruição que parece ter atingido o clímax neste começo de século. E são esses movimentos, vindos de empresas e pessoas, que quero abordar neste espaço. Na busca por essas histórias, tomei conhecimento do movimento das empresas B.
Comecei a estudar os cases de empresas B há menos de um ano e me deparei com fatos surpreendentes. É um movimento que já alcança 80 mil organizações em 60 países e que ainda é muito pouco conhecido pelo público em geral. Afinal, o que são empresas B?
São empresas que ambicionam ser não apenas as melhores do mundo, mas as melhores para o mundo. Com este objetivo, estão redefinindo o conceito de sucesso nos negócios. Seus acionistas estabelecem metas de impacto socioambiental acima das metas de lucratividade.
Tornar-se uma empresa B não é moleza! A certificação teve origem nos EUA em 2008, onde o movimento já é bastante relevante, e considera muitos quesitos ao avaliar a relação com os trabalhadores, a comunidade, o meio ambiente, além do legado que a empresa está construindo e a geração de impacto.
No Brasil, o movimento B chegou em 2013 e, em 2019, já eram mais 150 empresas certificadas. A maior delas é a Natura, a companhia de cosméticos mais relevante no mercado global sustentável. Em 2019, ela comprou a americana Avon por U$ 3,7 bilhões, depois de duas outras aquisições: a britânica The BodyShop em 2017 e a australiana Aesop em 2016.
O vitorioso exemplo da Natura pode dar a impressão de que a certificação é feita para os gigantes do mundo empresarial. Equívoco. Empresas de todos os tamanhos e setores podem se tornar B. Restaurantes, pousadas, confecções e editoras já são certificadas, assim como corporações dos setores financeiro ou da construção civil. Aqui nesse blog você vai conhecer a história de algumas delas e as decisões que seus acionistas tomaram para seguir o caminho da sustentabilidade.
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